As lições de Curtindo a Vida Adoidado
Ao longo do filme somos apresentados a uma série de questionamentos e atitudes que nos fazem pensar e repensar sobre a vida. São estes questionamentos, unidos com as atitudes de Ferris, que fazem com que Cameron amadureça. Por exemplo:
- “Ismos”
Ferris não concorda com os “ismos”: socialismo, liberalismo e etc. Ele parafraseia John Lennon na música“God” onde temos um Lennon cético que diz não acreditar em mágica, i-ching, bíblia, tarô, Hitler, Jesus, Kennedy, Buda, mantra, Gita, yoga, reis, Elvis e nos Beatles, mas acreditava nele e na Yoko – que, segundo ele, eram reais.
Ferris não acredita em nada além dele naquele momento. Sem dogmas, doutrinas ou fórmulas da felicidade. Pode parecer egoísta e até um pouco cartesiano, o que é um paradoxo, ao se tratar de Ferris Bueller, mas não há nada além de nós e do agora.
- Nunca se vai longe demais.
No requintado restaurante Chez Quis, Ferris é confrontado e ameaçado de prisão pelo meître, ao afirmar que é Abe Froman, o “Rei da salsicha de Chicago” e ter uma mesa reservada. Sloane e Cameron tentam convencê-lo a desistir da ideia, alegando que ele estava indo longe demais. Ele dialoga com a câmera e diz que nunca se vai longe de mais.
Mais tarde vemos os três sentados na mesa e sendo bajulados pelo mesmo maître que queria chamar a policia para prendê-lo.
Afinal, o quão longe é demais?
- A vida acontece bem depressa. Se você não parar, de vez em quando, para aproveitá-la, ela vai passar e você não vai nem perceber.
Essa é a segunda maior lição do filme. A frase se tornou corriqueira no nosso cotidiano, mas não a entendemos e nem a colocamos em prática em sua totalidade.
Veja que a vida “acontece” rápido demais. Ou seja, querendo ou não, ela esta acontecendo já e agora. Independe da nossa vontade. Ela é como se fosse um trem que leva a vários lugares e tem vários assentos vazios. A única coisa que nos cabe é, de vez em quando, irmos a estação mais próxima e pegar esse trem. Veja que Ferris não diz para agirmos como se amanhã fosse o último dia de nossas vidas ou que o mundo irá acabar hoje às 18h. Não. Ele diz que iremos trabalhar duro para pagar as nossas contas, correremos contra o relógio todos os dias e, apenas de vez em quando, aproveitemos um pouco a vida.
Aliás, no filme ele não faz nada demais. Não vai para a lua, não salva a América de ataques terroristas ou o mundo de robôs alienígenas gigantes e muito menos tem super-poderes.
Ele apenas curte o dia dentro das suas possibilidades.
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